
Tem despontado em toda imprensa um personagem polêmico, controvertido, enigmático, carismático, intempestivo, impávido, colosso e fofinho. Tem sido perseguido pelas fãs em todo Brasil. O que realmente O Bussunda pensa a respeito disso? O que o sucesso faz a um homem? Conseguimos, depois de dois meses, marcar uma entrevista sigilosa, num hotel – não podemos dizer o nome – nas redondezas do Rio de Janeiro. Nossa equipe ficou das 20:00 às 20:03hs na porta do hotel, até que por sorte e uns trocados conseguimos desarmar o esquema de segurança e entramos na suíte presidencial do Maksud. Eu, como redatora dessa revistinha, tremia dos pés à cabeça, ao perceber que não era sonho, era ele, O Bussunda.
Em 1970, após o jogo com a Itália, o Brasil inteiro estava dominado pela alegria. O Brasil inteiro? Não. Uma pequena família judia resistia às comemorações. O mais novo de seus rebentos, aproveitando-se da distração dos demais, acabava de por fogo no televisor. Aquela atitude incendiária, típica dos anos 60, acompanharia o jovem Bussunda até o fim da primeira dentição, antecipada em alguns meses pelo jab bem colocado de papai Bussunda. A luta contra a mídia teve um alto preço para Bussunda. Mas ele soube enfrentar com dignidade o cativeiro na poltrona do hall, a fome de pão de mel e o nescau dos irmãos. Foi um momento difícil, que passou na hora do jantar. Tempos depois vieram as férias escolares de julho e o frio exílio em Teresópolis. O movimento “Matemática Nunca Mais” perdia seu mais radical ativista. Os hábitos, os costumes e principalmente a língua daquela estranha terra chamada Teresópolis pelos judeus e Teresópolis pelos outros povos, deixaram Bussunda meio embaraçado. Todas as portas se fechavam. Como penetrar no Higino e nas galinhas caipiras? Tudo isto deixou espinhas. A economia de gastos e de sabonete foi a grande lição do exílio. Depois do exílio, do amargo regresso, de Jane Fonda, de volta ao futuro, o gato do século XXI numa entrevista exclusiva para Perua.
P.rua – As fotos proibidas que você tirou para “Casseta” foram vetadas Por que?
Bussunda – Eu não sou um objeto sexual e sim uma pessoa que ama e que pensa.
P.rua – Engraçado, quem vetou as fotos foram eles? Não ficou clara a resposta.
Bussunda – Eu explico. É que depois que eles vetaram, eu resolvi ser uma pessoa, amar e pensar.
P.rua – Você é uma personalidade reconhecida, com fotos em todos os jornais e revistas. Em qual ramo profissional se destaca para que seja tão buchichado?
Bussunda – Eu sou profissional de dar entrevistas e tirar fotos.
P.rua- Foi difícil chegar aonde você chegou?
Bussunda – Eu comecei cedo. Aos 12 anos corria atrás de uma kombi de reportagem da Globo. Aos 15 fiz uma denúncia pro jornal Hoje sobre a deficiência dos skates Torlay. Aos 20 fingi que estava no Joelma, ganhei a capa da “Veja”.
P.rua- Quem é o verdadeiro Bussunda?
Bussunda – Bem… (ele para, pensa, analisa, divaga, filosofa e se lança) Bussunda é o candidato do povinho bunda.
Entrevista publicada na Revista Casseta Popular.
Uma das entrevistas mais importantes do século ! Aliás, da história do universo ! Pena que Bussunda não explorou mais o seu lado sexual. Dizem que quando ele baixava as calças a mulherada morria de rir… Ele era realmente foda sem foder ninguém! Grande Bussunda ! Quer dizer, sei lá, né?
Descanse em paz,Bussunda sentirei demais a sua falta.