Reginaldo e Silveirinha não se viam desde o ensino médio. Mentira. Eles não fizeram ensino médio. Estudaram no científico, há quase cinquenta anos. Jogavam bola juntos. Reginaldo era centro-avante rompedor, Silveirinha, um lateral arisco e veloz. Hoje jogam no meio de campo no time de suas firmas. Se encontraram na fisioterapia, por acaso e marcaram um chope.
– Reginaldo! Quanto tempo!
– Como é que você tá, Silveirinha? Posso te chamar assim, né?
– Sempre. E aí, o que tem feito?
– Nos últimos quarenta anos? Não sei se tenho esse poder de síntese…
O papo correu meio aos trancos e barrancos. Reginaldo lembrou, inclusive, que eles não eram grandes amigos. Nunca foram. Mas o tempo vai misturando as memórias. Aquele reencontro casual acaba por se tornar o momento mais íntimo dos dois.
– E aí, tem visto o pessoal? Saudades daquele tempo… – disfarça Reginaldo.
– Rapaz, eu tenho saudades é do nosso campeonato. – Silveirinha suspira. – “Quem mija mais longe”, lembra?
– Não tô lembrado, não. – lembrava sim, mas não queria estender esse papo.
– Como não lembra, Reginaldo? Eu ganhava sempre de você.
Até que chegam ao quarto chope. Silveirinha mais extrovertido, decide se abrir.
– Se fosse hoje, ia perder feio. A velhice é uma merda, cara. Numa noite dessas, me levantei pra fazer xixi e mijei no meu pé!
– Sério? – Reginaldo não estava à vontade na conversa.
– Porra, sabe lá o que é nem molhar a louça? Antigamente eu me distraía e mandava um jato que inundava o botão de descarga. Agora tenho que me empenhar pra acertar a água…
– Pois é, e tem gente achando que o problema maior é a calvície ou a barriga… – Reginaldo tenta por a conversa num trilho mais macio.
– Você já sofreu uma disfunção erétil?
– Como é que é?! – Reginaldo se assusta.
– Vai dizer que não sabe? É brochar, pau mole na hora H… e na hora I, e na hora J…
– Eu sei o que é, sim. Só perguntei pra ganhar tempo, não esperava uma pergunta tão íntima.
Silveirinha precisava desabafar.
– É horrível, cara! Você ali se concentrando, tentando fazer a levitação o bicho deitado eternamente em saco esplêndido…
– Olha, eu nunca passei por isso não, mas imagino que seja brabo.
– É, eu também imagino. – Silveirinha recua. – Um amigo meu que me contou, morri de pena do cara. Mas ele me disse que o pior não é não concluir o serviço. É a próxima vez. O cara fica cismado, a cena não sai da cabeça. O sujeito passa a achar que nunca mais vai conseguir.
– Mas hoje em dia isso é bobagem. Tem vários remedinhos que resolvem.
– E se ele ficar viciado? Se toda vez tiver que tomar um antibrochante? Isso é brochante…
– É, tem razão.
– Desde que isso aconteceu, ele vive pensando no pau. Sabe que homem que pensa o tempo todo em pau ou é brocha ou é viado. Tô parecendo viado com esse papo?
– Relaxa. Viado só pensa em pau duro. Você só tá falando de pau mole, e isso é papo de bocha.
– Bom, é verdade… Peraí, você então tá achando que eu sou brocha?
– Cara, agora você tá me deixando confuso…
O garçom chega com mais dois chopes.
– Por quê?
– Porque uma outra diferença é que o brocha só pensa no próprio pau, enquanto o viado pensa no pau dos outros. Esse pau mole é o do seu amigo?
– Amigo? Que amigo? Não tem amigo nenhum não, fui eu mesmo. Eu que brochei! Eu que brochei!
Silveirinha falou tão alto que o pessoal das outras mesas se virou para olhar.
– Que é que tá acontecendo ali? – um cliente perguntou ao garçom.
– Ih, liga não. – respondeu o garçom – São dois viados discutindo porque um deles brochou.
Boa essa!Tem muitos aí que estão temerosos em encarar uma mulher sobriamente,precisam daqueles remedinhos pra partir pra cima!…
Acho que todos nós quando chegamos em certa idade,aquela…Ficamos receosos quanto a ereção.Porra,é vergonhoso,o cara sua frio!!!
Meu irmão, é terrivel quando a gente brocha,nego fica buscando explicação pra mina e ela fica te olhando com aquele ar de riso versos compaixão!…
olá meu ídolo vcs são bons no que fazem e a minha nota é 1000. Elio tem um quadro pra vc e o cara parece com vc é meu irmão e da autorização pra um quadro no casseta ele é daqueles que enche a cara nos botecos e corre com a mulher de casa todas as vzes que chega bebado e é cheio de jogar piada nas pessoas, é ignorante ao extremo resumindo é um fanfarrão que da vexame aos vizinhos quando bebe e é bonzinho na ressaca e tem honda de vidente no delírio do goró sempre tem alguém do astral o seguino sacou?
Boa crônica, muito boa crônica. hahah
“deitado eternamente em saco esplêndido” foi foda! HAHAHAHAHAHAHAHA Genial!
Estou no meio de um loja rindo muito alto e pagando o maior mico!!!!! Kkkkkkkkk
Amei!!!!